Consequências do uso prolongado da chupeta

Quando o bebê nasce, os pais entram num dilema: dar ou não a chupeta para tentar acalmá-lo nos momentos mais críticos? Será que esse pequeno objeto pode causar danos à criança futuramente? De acordo com a fonoaudióloga do Hospital Otorrinos Curitiba, Lorayne Santos, se a chupeta for retirada na idade certa não haverá prejuízo, mas se o uso for prolongado é preciso ficar atento.

“Infelizmente há malefícios se a criança usar a chupeta por muito tempo, como por exemplo, o comprometimento do crescimento da face, da mastigação, da deglutição, da respiração e da fala. O hábito de a criança ficar com o ‘bico’ na boca propicia a postura inadequada da língua em repouso e na deglutição, podendo ocasionar também vícios articulatórios como a projeção da língua na emissão de alguns fonemas e respiração bucal com roncos e fadiga, que podem causar distúrbios de atenção e dificuldades no aprendizado. Além disso, pode haver alteração na arcada dentária como mordida aberta ou cruzada”, explicou a especialista.

Além disso, as chupetas são consideradas potenciais reservatórios de infecção, podendo afetar o sistema imunológico da criança. Seu uso está associado com maior incidência da doença diarreica, aftas e candidíase oral. O uso prolongado da chupeta, principalmente após os dois anos de idade, provoca modificações esqueléticas, causando problemas como mordida cruzada e mordida aberta. 

O uso prolongado da chupeta durante a infância pode ser substituído ao longo da vida por fumar, comer excessivamente ou outros transtornos compulsivos. A criança irritada fica calma com o bico de plástico, já o adulto nervoso fuma para aliviar a tensão.

Outro ponto é a inteligência. Segundo um estudo divulgado pela SBP, os usuários de chupeta apresentaram desempenho 16% menor em testes de inteligência na vida adulta do que os que não usaram a chupeta na infância. A explicação está na satisfação que a chupeta proporciona. Sem ela na boca, os bebês são mais curiosos e tendem a ser mais estimulados.

Como minimizar, então, os efeitos da chupeta?

- Evitá-la, principalmente, no primeiro mês de vida. Porém, o ideal é não oferecer;

- Tirar o quanto antes para minimizar os prejuízos. De preferência até 1 ano de idade ou, no máximo, 2 anos;

- Usar com moderação. Apenas para dormir e tirar da boca assim que o bebê adormecer. Dar apenas em situações de grande irritação;

- Preferir bicos ortodônticos, pois sua inclinação posiciona melhor a língua;

- Deve ter bico de silicone (menos poroso) e não de látex, já que suportam mais esterilizações sem deformar. Além disso, o escudo da chupeta deve ser furadinho, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, para evitar asfixia caso a criança o engula;

- Nada de comprar duas ou mais chupetas e muito menos prendê-las em fraldas ou correntes, pois só estimula o uso e ainda provoca acidentes, como asfixia;

- Chupetas com pedrinhas brilhantes ou outros recursos chamativos como brilhar no escuro são desaconselhados, para não estimular o uso.

Retirar a chupeta sem ser traumático

A retirada repentina da chupeta pode levar à substituição por hábitos de sucção do dedo, do lábio ou da língua, de roer unhas, entre outros.
Segundo a especialista, uma das dicas é tirar sempre a chupeta da ‘vista’ da criança, pois uma vez que ela vê o objeto, vai querer. “Alguns pais aproveitam datas comemorativas como Natal, Dia das Crianças e aniversários para fazer a troca da chupeta por algo que a criança queira muito. A entrega das chupetas e mamadeiras deve ser feita de forma lúdica, pois é uma fase marcante na vida das crianças”, resume a fono.  

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2019/06/09/uso-prolongado-de-chupeta-pode-ate-estimular-vicios-na-fase-adulta.htm
https://paranashop.com.br/2017/11/uso-prolongado-da-chupeta-pode-ser-prejudicial-para-a-crianca/

Tags: tutti baby, bebê, chupeta, uso prolongado da chupeta, chupeta faz mal

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